segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A viagem que começou agora

Mudamos o tempo todo de lugar ou, pelo menos, do momento em que estamos no mesmo lugar. Às vezes fico imaginando como seria interessante desaparecer do lugar onde me encontro e aparecer num outro melhor, como no filme Jornada nas Estrelas ou em outros em que grandes portais se abrem para diferentes lugares e dimensões, filmes como Star Gate 1 e Deep Space Nine. Num estalar de dedos, ou melhor, apertando um botão você poderia ter seu corpo desmaterializado num lugar e rematerializado em outro, conforme o destino proposto. Há filmes em que as personagens entram andando de um lado do portal de gelatina e saem no meio de uma exuberante selva com seus phasers prontos para serem disparados porque, claro, sempre há um inimigo à espreita, coisa de filme.

Quem não gostaria de literalmente sumir de um lugar chato e incômodo para ir a outro de seu agrado, num piscar de olhos? Eu gostaria e muito, aliás, estava aqui pensando e já escolhi alguns lugares para onde iria imediatamente. Imagine – é finalzinho de tarde, você querendo tomar uma cerveja, aperta um botão que aciona uma maquininha que faz aquele barulhinho, várias luzes brilham e shazan! Você está junto de sua turma ali no bar "Distinta Freguesia", um dos preferidos da minha turma. Claro, há outras formas de viagem também, mas esta seria bem rápida, não!

Na série "Túnel do Tempo", da década de 60, dois viajantes vão de época em época, descobrindo coisas, mexendo com a história e sempre tentando voltar pra casa. No filme "Contato", a atriz Jodie Foster está viajando em uma máquina criada conforme as orientações recebidas de povos avançados do universo para que a humanidade conheça o universo, outros povos, enfim, no final dá tudo errado e ninguém acredita nela, afinal, ela ficou só 18 segundos na máquina. A base científica de todos esses filmes e dos artefatos, mecanismos e máquinas imaginadas, inclusive as citadas e outras, são teorias desenvolvidas por eminentes cientistas que ao longo de várias épocas, entre eles Albert Einstein, veem demonstrando que o universo guarda importantes lições sobre caminhos, passagens, "buracos de minhoca" e dobras espaciais para serem descobertas, desbravadas e curtidas pelas gerações vindouras.

Considerando que a brincadeira e arte sempre imitaram a vida, talvez um dia desses seja a vida que estará imitando a brincadeira e a arte, e meus bisnetos ou ainda tataranetos estarão cruzando o universo à velocidade da luz, saltando as dobras espaciais, como quem pula a amarelinha. Seja como for, acredito que cedo ou tarde isso vai se tornar realidade, inclusive porque essa possibilidade já foi prevista. Enquanto não conseguimos, como diria o Capitão Kirk – ir onde nenhum homem jamais esteve – vou viajando a lugares maravilhosos, alguns inéditos pra mim e outros que considero uma gostosa segunda chance para aprender, experimentar, fazer contatos e, na volta pra casa, recordar, viajar no imaginário, sonhar e contar a história daquela viagem.

Acredito que no momento em que usamos nossa imaginação experimentamos viagens, novas experiências e sensações que podem ser reinventadas a todo instante para, sempre que possível, contadas em rodas de prosa, na mesa do bar ou guardadas na lembrança e curtidas sozinho no canto. Bem, optei por escrevê-las na forma pequenos contos, como histórias de viagens um tanto estranhas e fantásticas que experimentei e desejo de revivê-las contando-as. As primeiras são “A moça e a vila” e “Depois da parede”.

Não sei quanto tempo levarei para contar outras, mas como ouvi de um bom amigo – o tempo disse pro tempo, quanto tempo o tempo tinha, este respondeu que com tempo sempre haveria tempo. Assim, vou sem pressa, no meu tempo.

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