quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dilemas sobre o amor










Tristezas me abordam pela terra.
Alegrias vêm pelo ar.
A saudade me revigora sempre.
Sentimentos em polvorosa.

Dilemas sobre o amor.
Se verdadeiro, irreal ou surreal, não sei.
Pouco importa.
Pura razão e emoção.

Intensidade e sinceridade.
Aromas que arrebatam.
Espírito que voa longe e alto.
Essência que me acolhe e envolve.

Coração em paz.
Sorriso de criança.
Olhar que encanta.
Desejo.

Sem consentimento.
Tão pouco a presença.
Paixão que consome.
Amor.

sábado, 3 de julho de 2010

O umbigo e a tolerância

Olho pro meu umbigo, vejo a pele retorcida e puxada pra dentro, ou melhor, parece que vem de dentro pra fora. Não sei bem, mas o sinto como um caminho às entranhas do meu corpo,. Um caminho que percorri sem ser o que sou hoje e por onde passaram os ingredientes que ajudaram para que eu me tornar-se o que sou. Ao olhar meu umbigo, enxergo a minha origem, o fio condutor, a força interior, que contrasta com o reflexo daquilo que penso que sou. Um reflexo que muitas vezes esconde ou mostra (quando queremos ver, claro) o que realmente somos, desejamos, enfim, nossa essência.

É incrível como frequentemente esquecemos nossos defeitos e imputamos culpas, julgamos, humilhamos, externamos nossos ranços, distribuímos nossas mazelas e tantas outras porcarias que descarregamos sobre os ombros de outros. Nunca gostei dessa atitude que, vez por outra, penso que cometo e bate uma crise de consciência danada; fico chateado por ter sido grosseiro, mal educado ou simplesmente, por ter ignorado ou desrespeitado alguém.

Admiro e pratico a tolerância. Quando me esqueço dela e percebo isso, padeço.

Em um mundo afetado pela intolerância, desigualdade, injustiça e cada vez mais desumano, é fundamental estar atento aos próprios limites, atos, responsabilidades e sempre (sempre mesmo), devemos nos colocar no lugar do outro no momento que precisamos tomar uma decisão ou atitude que envolva diferentes vontades, interesses e individualidades.

Ao mesmo tempo, a estupidez humana mexe com minhas entranhas ao ponto de xingar mesmo; botar a boca no trombone pra ver se o fulano escuta e se manca, mas respiro fundo e sigo meu caminho quieto, por que sei que isso também é injusto, afinal, não tenho a menor ideia do que motivou tal atitude. Mas, que dá uma enorme vontade de resolver a questão ali isso dá. Pura perda de tempo. No final das contas, nem o tal fulano, eu mesmo ou outro qualquer tem o direito de ser estúpido com quer que seja. Temos que nos desarmar desde o primeiro instante e tolerar.

Mas é o seguinte: fecho o vidro e sem que ninguém me ouça, xingo pra caramba. Amanhã farei melhor!