quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Amigos, caminhos e o futuro

Há muito tempo estou na estrada perseguindo meus sonhos, descobrindo coisas, aprendendo... De cidade em cidade, essas minhas andanças deixaram uma marca maravilhosa, fiz muitas e excelentes amizades por onde passei. Não consigo e nem quero contar quantas, mas conheci tanta gente bacana nesses anos e meu maior desejo é poder encontrá-las de novo, sempre, quando pudesse.

De tanto pensar nessas amizades que fiz ao longo do caminho, decidi escrever a minha história na expectativa de saciar a vontade de lembrar de todos, seus rostos, situações, conversas, características, enfim, lembrar-me deles e de nossos tempos. Quanto mais escrevo mais pessoas vão surgindo e trazendo lugares, casas, famílias, turminhas, casos, jogos, quadras... nossa, quanta lembrança.

Por medo nominar as pessoas e errar ao relacioná-las com os acontecimentos, decidi escrever sem citar seus nomes e sim, as situações, os lugares, o ano e algumas peculiaridades. Deu certo, consegui um bom ritmo na escrita e minha contação decolou. Claro que ao ler, alguns saberão exatamente de quem eu falo, ou de qual situação, o que fizeram e reconhecerão alguns apelidos também, mas nada que comprometa ou coloque alguém em uma situação constragedora.

Parece que estou escrevendo uma biografia reveladora, mas não é nada disso, só uma contação simples para suscitar histórias e mais histórias.

Ainda não publiquei nada disso que comentei, mas cito aqui o que estou fazendo como uma reflexão sobre a importância que os amigos têm na minha vida, no caminho que sigo e para a construção do meu futuro, pois me foi dado o privilégio de conviver com gente especialmente generosa, sábia, tolerante, verdadeiros mestres na arte de serem pacientes comigo, com meu aprendizado, com minhas características e individualidade. Aprendi e continuo aprendendo que a felicidade, o carinho, a amizade, a preocupação com o outro, a tolerância e tudo mais são fundamentais para se viver bem.

Assim, para além dos meus caminhos terem sido longos, tortuosos e por vezes cheios de obstáculos, como os da maioria de nós, são os amigos que fiz que têm tornado cada passo mais leve, belo e seguro.

Por isso, vivo com a segurança e confiança de saber que mesmo nos momentos de maior solidão, não me sinto só, porque sei que meus amigos estão aqui, comigo. Hoje e sempre, como no passado, agora e no futuro.

Amigos, um brinde à nossa amizade.

Vida longa e próspera a todos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Paraíso astral


A semana do meu aniversário, 26 de novembro, foi marcada por uma energia fantástica. Começou com a generosidade dos amigos que foram deixando mensagens no orkut, no email e em outras redes sociais. Lindas mensagens que li, cada uma. A ansiedade pegou pesado porque eu queria respondê-las naquele instante, mas não dava. Logo cedinho o telefone chamou e aguçou minha alegria com a fala de pessoas queridas. Acordar assim é maravilhoso.

Daí que na minha chegada no trabalho fui surpreendido por uma cesta enorme cheia de gulosemas... uau! Presentão de uma amiga querida. De outro lugar em que trabalhei aprendi e incorporei o hábito de presentear com bombons aqueles que chegam pra me cumprimentar. Adoro fazer isso.

Depois de muitos bombons, gente tentando pegar escondido e coisa e tal (rs), fui surpreendido novamente, desta vez pelos colegas que, com muito carinho, entoaram o “parabéns” e me presentearam com sua generosidade e amizade. Não chorei por um pouquinho assim, oh! Segui para sampa na sexta à noite e meu carro me deu um presente legal, estragou uma peça e fiquei num auto-elétrico até de madrugada... ahahahah!

No dia seguinte, sábado, rolou o churras na Chácara do Armando (meu pai) e nesse evento, o encontro da galera de cinquentões da franguezia (rs). Esse encontro virou uma rave regada a rock'n roll, cerva e muita risada. Como ninguém foi embora, rolou uma pizza com vinho até de madruga. Depois do parabéns, a galera debandou, veio o rescaldo da madrugada e a cama fez a gentileza de repor minhas energias para que no domingo, ali pelas 10h da manhã, tudo estivesse pronto para a parentada que logo começou a chegar pra mais comemorações.

Dessa vez, acrescida do niver do meu irmão caçula. Tome mais churras, cerva e desta vez, sertanejo, porque é gosto do jovem, fazer o que né! Mas rolou muita risada, a moçada foi pra piscina, e teve até um bolo de niver pra nos. Que semana de niver que eu vivi.

Alguns dizem que os dias que o antecedem é chamado de inferno astral e que muita coisa fica enrola, enfim, para mim foi o paraíso astral. As coisas que estavam enroladas continuaram (rs) e todo o resto foi maravilhoso. O ano de 2009 está terminando e esta foi mais uma de minhas aventuras. Coisa boa não!!!

Ah, sim, respondi todas as mensagens, uma a uma.

domingo, 26 de julho de 2009

Nas estrelas



Já vem de longe o meu fascínio pelas estrelas e pelo espaço. Curto saber sobre viagens espaciais, astronomia, informações sobre Ufos ou objetos conhecidos atraem minha atenção, enfim, sou ligado em temas que se relacionam com o universo. Assisto a muitos filmes que tratam sobre isso e a cada ano percebo, mais e mais, que estamos prestes ver ao vivo e à cores muito daquilo que escritores, novelistas e os diretories de cinema já mostraram em suas obras.

De Julio Verne a Carl Segan, de Kubrick a Spielberg, milhares de pessoas contam histórias de façanhas, máquinas, lugares, viagens, seres e muitos outros detalhes jamais vistos e que a nossa imaginação os enriquece e faz com que viajemos juntos. À bordo da Interprise com o Capitão Kirk, Spock e McCoy minha mente foi povoada por planetas e eventos estelares que me embalam desde a mais tenra idade. A família Robson, o Sr Smith e o robot gritando "perigo, não tem registro" me levaram a construir minha primeia nave espacial no fundo do quintal da casa onde morava, ali na Lapa, bairro da Zona Oeste de São Paulo.

Bairro muito legal de rua plana, uma goiabeira no quintal cheia de taturana, espaço pra brincar, algumas galinhas no cercadinho, o jardim da minha mãe, um corredor longo da casa do vizinho que era meu amigo e tinha muitas irmãs. Esse era o meu universo e palco de jogos, brincadeiras, conversas, viagens, amizades, sonhos, problemas e muitas lembranças... No fundo do quintal tínhamos um quartinho da bagunça onde ficavam as ferramentas do meu pai, bancada, prateleiras cheias de potes grandes e pequenos com parafusos, porcas, fios, pecinhas, pedaços de outras máquinas, enfim, era um lugar mágico onde meu pai guardava tudo aquilo que ele acreditava que iria precisar uma hora ou outra. E isso acontecia mesmo, sempre tinha um vizinho pedindo um parafuso, borracha... acontecia!

Naquele quartinho tinha uma janela muito convidativa. Ela era aberta puxando-se uma cordinha que dava a exata sensação da janela do Júpiter 2, que se abria ou fechava dependendo da situação do momento como chuva de meteoros, luz muito forte do Sol e etc. Aquela janelinha foi a primeira peça da minha espaço-nave. Depois vieram o painel com a luzes que montei graças às peças que meu pai mantinha ali. Claro, ele brigou muito comigo porque eu mexia em tudo para realizar minhas ideias. Mas no fundo ele curtia que eu fizesse aquilo e até me ajudava, ensinando como ligar ou não ligar determinados fios. O jeito de martelar, serrar e outras práticas.

Tudo pronto, eu e meus amigos deixavamos a nossa base e viajámos pelo universo, visitando planetas e indo além. Quando as notícias dos voos espaciais começaram a dizer que logo o homem desceria na Lua, minha imaginação extrapolou e foi longe, cheguei lá antes deles.
Naquela época, anos 60 e 70, as imagens da nossa TV eram em preto e branco, víamos notícias nos cinemas, a revista Manchete trazia fotos incríveis sobre as viagens e conquistas espaciais. Mas a glória foi em 69, quando a Apollo 11 aterrizou, ou alunizou (rs), meu , eu estava lá e vi aquilo na telinha, foi lindo, me lembro que curti muito e logo depois corri pra minha nave e viajei.

Meu sonho sempre foi conhecer e estar no espaço, viajar de um planeta a outro e esse sonho alimentou outro que era tornar-me piloto de caça, pois tinha essa história que todos os astronautas tinham que pilotar aviões "a jato", os caças, enfim e eu queria ser um deles. Claro, o fato de usar óculos matou esse sonho na primeira conversa sobre ir para a Escola de Cadetes do Ar em Pirassununga, e daí pra frente passei a me concentrar naquilo que dava para fazer com as minhas condições físicas da época.

Não sei se sonho de tornar-me um astronauta passou, mas certamente os meus caminhos me levaram a viver muitas histórias e a manter muitas delas guardadas para serem contadas assim, por escrito, coisa que eu nem imaginava fazer. Pouco a pouco torno-me um astronauta que percorre tempos e espaços para contar histórias de passado e futuro, sem nenhuma preocupação com o por que delas, apenas revivê-las.

No filme Contato, a atriz Jodie Foster esta dentro da esfera seguindo pelo espaço e num instante ela para e confronta o universo lindo à sua frente, rapidamente ela diz "não deviam ter enviado um cientista mas um poeta" por conta de sua incapacidade de descrever tamanha beleza estampada http://vai.la/ayx . Me sinto assim como quando relembro minhas histórias e as relato envolvidas em cores, cheiros, sons, luz, valores e fatos que vão sendo lembrados como eram sentidos ou vistos e não necessariamente por sua realidade.

Ontem tirei meu telescópio da caixa e vou começar a limpá-lo para a próxima noite de céu limpo e pouca luz. Vou levar vinho também, tá afim?.

João Gambini

domingo, 19 de julho de 2009

Para matar um pouco da minha saudade que...

Em 2008 tive o privilégio de ser nomeado pela empresa em que trabalho, o SESC, para representá-la na Coreia do Sul, em duas cidades, Busan e Seoul, a convite do Comitê do TREX Games, um evento que reuniu dezenas de paises por meio de atividades esportivas, culturais, sociais e de integração.


Essa história é mais longa e conto depois, agora, o detalhe da viagem foi minha passagem na ida e na volta por Amsterdam, conexão para a Coreia. Na ida ficamos no aeroporto até embarcar pro Oriente, mas na volta, pudemos curtir uma cidade fantástica, entupida de bicicleta e convivência.


Para ter uma ideia da cidade, assista esse filme que está no link do http://www.likecool.com/ e mostra praticamente como a cidade flui, funciona, muito legal. É uma propaganda da Nike, mas muito bem feita http://vai.la/9EV


Durante cinco dias eu o Mário, colega que hoje está no SESC Interlagos, pedalamos, andamos, fotografamos e fomos pra noite de Ams, como dizem os locais. É uma cidade que vale muito a pena vivê-la por algum tempo. Encontramos pessoas de todas as nacionalidades, não só turistas, mas trabalhadores em bares, restaurantes, banheiros e em muitos outros lugares.


Nessa foto, estamos em frente ao hotel - Chic and Basic - http://vai.la/9F0 preço bom e confortável, com nossas bicicletas alugadas no próprio hotel e dali partimos para conhecer a cidade. Fomos a museus, parques, andamos pelas ruas do centro, passeamos nas lanchas pelos canais, meu, curti muito.


Tiramos muitas fotos, mas vou postar aquelas que representam bem algumas características dessa cidade que é cosmopolita e convive com muita diversão como essa visita ao Museu do Sexo, ou ainda, uma linda visita a umcentro cultural só para a música. Ou ainda, ao visitar o Nero, um museu voltado para a ciência, principalmente, para a marítima - tem até um uma embarcação linda a vela que representa a história da marinha holandesa.


Bem, queria trazer um pouco da viagem pra matar minha saudade de Amsterdam. Afinal, como diz o nome desse meu blog - essa viagem é sem dúvida "Um pouco do meu canto".

Ah, claro, não esqueci dos tamancos holandeses e até calcei...
Valeu muito ter vivido essa viagem, agora, compartilho por aqui tb!
Abraços a todos.
João Gambini

sábado, 9 de maio de 2009

Quanto vale um cafezinho?

Li uma dessas frases ditas famosas, que muitas vezes “é mais importante o fato em si do que quando e onde ele acontece”. Concordo parcialmente com isso. Penso que muitas vezes o momento em que o fato acontece é tão importante quanto ele em si mesmo.

Dia desse eu estava tão preocupado em organizar minhas tarefas e elas eram muitas que capitulei. Larguei tudo do jeito que estava e sai pra tomar um café. Aliás, pra mim, a hora do cafezinho é sagrada. Começou como um tempo de descanso e acabou se enraizando no meu comportamento. Já faz bem uns vinte e poucos anos, desde os tempos em que atuava na ação externa pelo SESC, lá em Sorocaba.

Curioso, quando o tempo começava a desabar, as ideias ficavam confusas, ou se o clima começasse a beirar o conflito, a saída para o café apaziguava e reorganizava tudo à sua volta, isto é, me ajudava. Olha como o momento é fundamental. O escritório do SESC ficava dentro do SENAC de Sorocaba e essa unidade tinha um terreno com aproximadamente uns 24 mil metros quadrados e desses, só 20% era de área construída. Sim, o restante compunha um lindo e bem cuidado jardim com muitas árvores, flores e uma pista de caminhada com 800m que nossa equipe havia implantado. Passear naquele lugar cheio de plantas, pássaros e principalmente o silêncio era maravilhoso.

Durante aquela caminhada os pensamentos acabavam por encontrar diferentes pontos de vista; a mente descansava; a idéias clareavam; o coração se acalmava, enfim, era um momento de volta à calma. Bastavam aqueles poucos minutos para que meu “hardware” ficasse mais relaxado e funcionasse melhor. Segundo Domenico De Masi, um filósofo italiano da atualidade, o tempo de ócio ou mesmo do lazer é um tempo em que podemos ser muito criativos. Aquelas voltas em meio à turbulência eram sem dúvida muito importantes para o meu estilo de vida e com o passar dos anos acabaram mesmo tornando-se parte do meu dia a dia.

Hoje não consigo ficar sem minhas voltas para “refrigerar a cachola”. Independente do acontecimento ou demanda que estiver me assolando, saio em busca de um tempo pra mim. Um verdadeiro ritual que parece aquele lance do “chá das cinco”; dado o sinal levanto e vou dar uma volta.

Creio que todos precisamos de um sinal, aviso ou que quer que seja para interromper o ritmo, reconsiderar os pontos de vista, o foco, objetivo, sentimento, enfim, o tempo de consigo mesmo. Como somos bombardeados o tempo todo por fatores estressantes, não importando o quanto ruim eles sejam, precisamos aprender a driblá-los.
Alguns estudiosos falam em “neutralização” do problema dentro da mente para se viver melhor, mas isso parece coisa de ficção científica. Claro que queremos neutralizar as coisas ruins e chatas, e deixar as coisas boas acontecerem, mas que privilégio seria poder escolher ou impedir uma delas.

Imagine o seguinte. Quem seria doido de não querer aproveitar o domingão com a família ou se acabar em diversão, lazer e curtição. Você já ouviu alguém dizer que vai passar o domingo descansando para ter uma semana melhor de trabalho? Difícil, para não dizer impossível.
Pois é, agora, você trocaria aquela “segunda-feira brava” por uma balada no sábado ou por um feriado emendado? Sem dúvida que sim.

A despeito do tempo de trabalho ou lazer estressante que temos, penso que ter um tempo só nosso para recuperar o sentido ou folego, cultivar a individualidade, diminuir ou mesmo eliminar o estresse, “baixar a bola” é algo desejável por todos e não tem preço.

Vou mais fundo, penso que cada um de nós deveria eleger o seu momento de reflexão e adotá-lo como prática cotidiana. Com isso, imagino que muitas brigas, discussões, mal-entendidos e conflitos desnecessários seriam evitados. Tudo em nome de um momento, dia ou vida melhor pra si e para todos.


Agora, reflita comigo, vale ou não a pena parar tudo e sair para tomar um cafezinho? Quanto vale esse cafezinho?

João Gambini

09/05/2009


quinta-feira, 30 de abril de 2009

Conselhos de um Velho Apaixonado

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d’água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado…

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados…

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite…

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado…

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela…

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 19 de abril de 2009

O olhar é algo fascinante.

Ele hipnotiza, encanta, engana, chama, espanta, acalenta, penetra, impede e repreende. O simples movimento dos olhos é capaz de nos fazer ir da verdade para a mentira.

De lá passar da ficção para a realidade. Iludir, talvez; se fazer de bobo, muitas vezes. Não sei o que seus olhos me transmitem. Mas não os esqueço.

Os vejo à noite, durante meus sonhos e de dia, em outros rostos. Seu olhar atravessa a minha alma. Provoca um reboliço nas minhas idéias; bagunça os meus pensamentos. Sei lá, acho que mexe em tudo!

Não sei o que seu olhar me diz, nem tão pouco tenho a chave para esse entendimento. Quero saber, preciso saber. Quero saber por que esse seu olhar lindo e meigo é, ao mesmo tempo, triste.

Quanta energia, sensualidade e tristeza. Por onde andastes e o que vistes. Certamente, vistes muito e de maneira muito intensa. Não sei o que seu olhar me diz, mas queria que ele me dissesse: Vem meu amor e me ame com toda a intensidade possível.

Dá-me a energia do teu olhar e acende meu coração. Deixa o meu olhar encontrar o caminho para o seu coração. Veja o que o meu olhar quer lhe dizer: Vem meu amor e me ame com toda a intensidade.

João Gambini
2009

Acordar é bom!

Pois é, comecei esse blog faz tanto tempo só pra ver se eu o tocava e acabei descobrindo o que já sabia, era fogo de palha. Deixei de escrever logo e o tempo passou. Numa noite à toa, sem sono, com um desejo enorme de falar com ela, quieto, sobrio, com os pés gelados... puts, esqueci de pegar o chinelo e o chão da cozinha tava um gelo, resolvi começar a escrever.

Dessa vez, minha vontade foi a de escrever sobre o que estava sentido, depois desse tempo em que larguei minha criação. Me descubro um solitário que busca encontrar amparo nas linhas, nas letras, nos sentidos muitas vezes sem nenhum sentido, mas que estão ali, um a um, amontoados, linha sobre linha. Talvez tivesse sido melhor eu ter ido dormir porque na manhã eu sairia para pedalar - como é bom sair pedalando pela cidade - com meu filho e poderia ser que meu sobrinho também fosse.

A energia que empregamos quando pedalamos faz com que nossos pensamentos fluam com mais facilidade, até porque se começar a pensar demais você não vê onde está indo, nem tão pouco como está indo, bem, daí que a gravidade pode dar o ar da graça - e é tombo na certa. Para mim, refletir enquanto pedalo equivale em parte ao que estou fazendo agora, enquanto escrevo, ou seja, ou momento que me desligo do mundo para me concentrar nas coisas que penso e ao fazer isso, me entrego.

Escrever é um ato maravilhoso que permite ao pensamento tornar-se concreto, organizado, às vezes não torna-se nada mesmo, mas é legal, porque depois que escrevemos podemos apagar, se quisermos, e com isso acertar o que pensamos ou que gostaríamos que fosse lido - pura magia é a escrita. Papel aceita tudo, calado e imparcialmente.

Assim, depois de um bom tempo, acordei para esse negócio de escrever em um blog e agora volto para bloggar meus pensamentos e para ver se venço esse meu receio de as pessoas descobrirem quem sou, como se isso fosse quebrar uma "magia" qualquer que o medo de escrever cria na gente. Pura bobagem. Quero acabar logo com esse receio e expor aqui o que penso, como faço isso ou aquilo, e porque o faço.

Talvez as pessoas entendam, talvez não, talvez elas não percebam porque colei esse e não aquele artigo. Talvez eu não entenda os comentários, talvez eu até os entenda e nem ligue, talvez eu ligue muito e reflita, não importa, volto a escrever. Acordei disposto. É bom acordar!!!

João Gambini