terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um bom ano!


Mais um ano termina. O quinquagésimo sexto da minha vida. Um ano que começou com uma batida diferente, mais pesada e aos poucos foi ficando mais suingada, romântica e vibrante. O rock marcou o compasso, mas foram o jazz contemporâneo e o blues com uma pitada de bossa nova que fizeram a diferença e trouxeram mais equilíbrio ao caminho. Uma trilha sonora repleta de nuances e acordes inspirados.
Um ano de extremos sem dúvida. De pegadas leves e tranquilas a verdadeiros atoleiros. Foi um caminhar suado.
O pensar leve, um mantra pessoal, balançou diante de tanta turbulência, aguentou firme e no final juntou-se com a suavidade e prevaleceram. Foi difícil, mas é muito bom pensar leve e viver suavemente. O mantra continua.
Penso que todo ano novo é em si uma novidade. Afinal, nunca foi vivido antes. Da mesma maneira, todos os novos momentos em que vivemos são novidades em si também pelo mesmo motivo. Éramos outra pessoa no ano anterior, no momento anterior - mudamos a todo instante - contudo, este foi um ano forte em termos de novidades.
De um lado a família que perdeu alguns membros queridos e estamos todos na expectativa da chegada de um novo membro - sobrinho ou sobrinha - a felicidade é geral. Os moleques, cada um de seu jeito estão crescendo e amadurecendo (que felicidade!). Meu coração que vinha meio capenga, macambuzio, fora do eixo e assim, meio que enroscado em antigas canções encontrou outro caminho pra ser feliz e há muita alegria, luz, amor e prosperidade no horizonte.
Um ano bom e de excelente safra em que toques de café, carvalho envelhecido, uvas de várias procedências e fragrâncias florais pouco adocicadas harmonizaram noites, encontros, carinhos, aprendizados e sonhos. Os tintos encheram a mesa de alegria e as boas companhias, lembranças deliciosas, bons papos, histórias bacanas e perspectivas interessantes lançaram bons presságios para o futuro.
Os brancos vieram brindar a alegria, a paz e a vida.
Um ano de comidinhas boas na mesa, na cama, no chão, no tapete, na rua e nas alturas, na melhor companhia, fizeram-me viver uma vida cheia e rica de vida. Foi um ano em que a cumplicidade, respeito, paixão, descobertas e muita amizade com seus sabores variados e diferentes trouxeram diversidade à minha vida, além de pratos deliciosos.
Todo ano que chega traz a sensação de que todos os problemas serão resolvidos. Há muita esperança e expectativa entre as pessoas. Tal como um farol à entrada da baía, o ano chega iluminando pedras, sinalizando encruzilhadas e obstáculos, apontando oportunidades e onde aportar.
Esse ciclo constante de viradas, que independem a nossa vontade, é carregado de simbologia, promessas, pensamentos positivos, juras, enfim, marcos de recomeço em que as pessoas buscam zerar algumas coisas para iniciar outras e seguir adiante, como na frase de Chico Xavier - “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”, faço do finalzinho o manifesto que proponho para o ano que chega e para sempre na vida - começar agora e continuar firme na construção de um novo fim - melhor em todos os sentidos para si mesmo e para todos com quem nos relacionamos.
Que esse novo ano traga serenidade, consistência, ousadia e firmeza na decisão de diminuir o peso das agendas em nossa vida. Que os compromissos inadiáveis e urgentes, bem como as coleiras e quadrados sejam descartadas para podermos compartilhar mais sentimentos, emoções, vivências, experiências e toda sorte de coisas que quisermos.
Um ano sem aquela loucura de correr de um lado a outro; de datas pra isso ou aquilo; de ter que fazer isso senão aquilo; enfim, um ano de muita leveza, suavidade, diversidade, aprendizados, amizades, boas safras, suingue, desapego, amor, sexo bom, comidas deliciosas, novidades, viagens, descanso e tudo mais para tornar a nossa vida melhor para nós mesmos.
Quero surpreender-me com o que receber.
Um bom ano sempre!

João Gambini
31/dezembro/201

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